20 de fev. de 2013

4 filhos

o que dizer sobre isso?
eu já ouvi de tudo: corajosa, louca, irresponsável, ocupada, desocupada, arrumando desculpa pra não trabalhar, coelho....

se você vai falar alguma coisa assim, nem se dê ao trabalho e visualise minha cara de monalisa, porque é tudo o que eu me dou ao trabalho de fazer.

a verdade é que é de tudo um pouco. a coral foi acidente, a gente não ia engravidar de novo. mas ela veio, e a gente aceitou como a gente quis e pôde. no começo, loucura. depois, tortura (lembrem, enjôos), daí veio a barriga crescendo e foi ficando legal. ela nasceu e foi só amor. só. simplesmente.

só, porque o bhuda ficou em casa por quase um mês cuidando das crianças maiores. a marli veio conhecer a neta, também e ajudou com os maiores. e eu pude descansar, dormir, amamentar, cozinhar, limpar...
só amor.

porque é sempre assim. aqui, pelo menos. enquanto o bebê é pequeno e exige pouco (peito, sling, fralda limpa), a vida é fácil. dá pra fazer tudo.
só que eles crescem. e vão exigindo mais: querem brincar, conversar, se mexer, explorar, conhecer.... aí é que a minha vida começa a ficar complicada. imagina: são 3 crianças mais velhas, todas querendo fazer/falar/comer/ouvir uma coisa diferente. mais todas as coisas da casa. e um bebê que não quer mais ficar no sling, mas não quer que você saia de perto. no caso da coral, a gente não pode conversar sem olhar pra ela, porque ela fica brava. imaginou?
agora coloca aí um bebê que quer abrir e fechar portas e gavetas, acender e apagar todas as luzes, jogar e tirar coisas da privada, comer as bolinhas de gude e os carrinhos dos irmãos, rasgar os desenhos, jogar os sapatos pela casa, tomar a água do cachorro, comer a comida do cachorro, morder o rabo do cachorro, bater com as coisas nos irmãos, comer sozinha, ficar sem fralda, puxar fios e tomadas, apertar todos os botões, esvaziar gavetas, escalar móveis, desmontar o que tiver pela frente, .....
fora o que ela não quer: colocar roupa e fralda, sair do banho, escovar os dentes, ficar quieta, comer sentada, brincar em cima da cama, sair de dentro das máquinas de lavar (roupa e louça), me dar o último pregador, vir no colo, ...

mas o que eu posso fazer? a gente escolheu, a gente decidiu, a gente quis.

e a gente aproveita.

porque nem tudo é ruim.
a vida é outra quando ela ri. ou quando ela canta. ou quando ela dança. ou quando ela abraça a gente com sono. ou quando ela faz carinho. ou quando ela faz graça. ou quando os quatro brincam juntos. ou quando três brincam juntos. ou quando dois brincam juntos. ou quando cada um brinca sozinho. ou quando eles estão esperando a sua vez de contar alguma coisa, tão excitados que não conseguem ficar parados. ou quando eles se ajudam. ou quando eles me ajudam. ou quando a casa fica cheia de risadas, música, dança.

e, sim, os momentos bons são muitos.

mas eles brigam, se batem, se xingam, reclamam, choram, fingem que não ouviram, gritam, resmungam, respondem, esquecem, fazem bagunça, sujeira, desobedecem.

e, sim, eu termino todos os dias morta de cansaço. cansaço físico e, muitos dias, emocional.
é difícil ser empática, manter o controle da casa, fazer as coisas que precisam ser feitas, fazer as coisas que eu gostaria de fazer sempre com e para eles (inclui marido e lemon), fazer as coisas que eu gostaria de fazer por mim. e nem sempre dá certo. aliás, muitas vezes, dá errado. muitas vezes, eu esqueço de escovar os dentes, de fazer xixi, de pentear os cabelos, de pegar a bolsa, o celular, a cabeça. eu respondo e-mails, sms, ligação, tudo no meu coração, mas nunca de verdade. eu perco o controle, eu grito, eu choro, eu reclamo, eu brigo. daí, fazer o quê? peço desculpas, penso no que aconteceu e vamos em frente.

se eu acho que valeu a pena ter 4 filhos? como disse minha parteira, mãe de 6 filhos, a gente nunca se arrepende de ter tido os filhos. por mais trabalho que dêem. por mais chatos que sejam.
é mais caro, é mais difícil, é mais trabalhoso, é mais limitador.
mas também é mais legal, é mais engraçado, é mais desafiador, é mais gostoso.

eu acho.

e amanhã promete! 3 dias sem lavar roupa, imaginem quantas máquinas vou lavar? só uma, porque vai chover. ê, auckland.

4 comentários:

Maíra disse...

Sabe, te acho corajosa pra caramba por enfrentar a maternidade de uma forma tão pró ativa, com 4 filhos, e sempre fazendo o melhor com todos! Acho mesmo! Às vezes sinto uma vontade maluca de ter uns 3 filhos, outras sinto vontade de ter só 1 e, raríssimas vezes, sinto vontade de não ter nenhum. Isso de filho ainda é uma ideia bem distante e estranha pra mim. Não sei se eu daria conta de 4, mas ao mesmo tempo acho que, se acontecesse, eu teria que dar conta e provavelmente seria feliz. Acho que famílias grandes sempre são mais alegres, têm mais histórias pra contar e mais apoio e ajuda mútua no futuro. Acho que vale super a pena!

Bjos, Tha!

Gabriela C disse...

Adorei o post, Tha! Eu não conhecia seu blog e espero que continue sempre com as reflexões. Sua família deve ser linda e mulheres como vc me inspiram imensamente. Sonho com uma família bem grande e cheia de amor! Espero realizar da melhor forma e ter sabedoria para conduzie.
Feliz vida! Beijos, fique na paz

Unknown disse...

Tenho um casal de filhos adolescentes e já tenho 40 anos e grávida de 4 meses e meio e qd nascer viu ter outro p fazer companhia p ela não crescer sozinha rs

Anônimo disse...

Me identifiquei muito pois me chamo Thais e também tenho 4 filhos.
E digo se e coragem ou não. Nao quero saber só sei que minha cida não seria a mesma sem eles