hoje a mel me abraçou, chorando, e disse que não queria ir para a escola.
meu deus, não sei mais o que faço....
se eu deixar desistir da escola agora, além de ter jogado esses dias de "sofrimento" fora, ela vai achar que pode simplesmente jogar tudo para o alto quando quiser. mas e se eu continuar insistindo na escola? gentem, que faço? não vou passar pra ela que eu não quero ouvir o que ela fala e que ela vai pra escola querendo ou não?
se eu deixar ela faltar um dia, no outro fica pior, né.....
argh.
combinamos que se ela for pra escola até sexta, vamos ao cinema.
ai, senhor... não fica parecendo compensação? tipo vai praquela coisa horrível que é a escola que quando você sai a gente vai passear?
meu senhor, que que eu faço?
editado:
mári, eu sei exatamente o que é.
a escola é japonesa. melissa não fala japonês. quer dizer, sabe algumas palavras, mas muito poucas. e ela fica lá, 6 horas do dia, sem entender quase nada. na verdade, ela fica bem. eu apareci lá ontem de novo escondida e vi ela brincando, na boa. ela volta cantando as músicas. mas ela não entende. e ela é como eu, detesta mudanças. se eu pudesse, nunca mudava nada: nem um móvel do lugar. é cômodo, é mais seguro, né, ficar em casa, do jeito que a gente está acostumada...... ai ai....
14 comentários:
Mmmm... por que você não descobre (com ela, ou com a profa. etc) o que é exatamente que ela não está gostando? Talvez assim fique mais fácil saber se é algo que com o tempo vai melhorando ou se, por exemplo, algum amiguinho a está atormentando. Não sei, uma ideia.
sim, não entender o japonês é um fator importante, mas se vc me permite um pitaco, acho esperado que ela não goste de ir a um lugar que deixa a mãe dela sofrendo. por menos que vc mencione, fica o subliminar. a troca pelo cinema para mim é muito simbólica, e você mesma sabe que está fazendo uma compensação. e quando é que a gente propõe compensações? quando um dos lados é algo muito ruim.
penso que a reação dela é muito mais um espelho do que vc sente pela escola do que a dificuldade de entender o japonês. ainda mais na idade dela, tão aberta ao aprendizado de tudo que é novo, ao prazer das novidades!
mas ela precisa sentir que está indo a um lugar bacana. um lugar que a mãe dela gosta de passar todas aquelas coisas legais no rosto pra ir lá (e não algo que exige um ritual tenso e doloroso).
(tudo na minha opinião, se não servir, "cesta" rss).
desejo que os próximos dias sejam felizes :o)) superabraço.
ai meu deus, que dó dela!!!! :(
mas vai dar tudo certo e daqui a pouco ela já vai estar acostumada e falando japonês.
beijo
bem-vinda ao mundo cruel, onde temos que tomar decisões por nós e pelos outros, rs. Nessas horas eu queria que alguém decidisse por mim. Tem coisas que fazemos porque têm que ser feitas, gostemos ou não. Quanto mais vc pensar, mais vai sofrer. Eu acho que nós sofremos mais do que as crianças. Nem vou dar conselhos, porque não se conselho fosse bom...enfim, boa sorte, querida! bjs
eita Thais...complicado
não sou mãe nem nada mas imagino o que vc está sentindo...
mudança é sempre dificil, é normal sofrer no começo! mas depois, ela tira de letra! ela é criança...elas tendem a se adaptarem melhor do que nós por exemplo!
quando eu era pequena tb tinha dessas de não gostar de ir pra escola, só que a diferença é que eu praticamente morava com minha avó! resultado: quase não ia
resultado 2: demorei beem mais pra pegar amizades e a dinamica de escola!
Tha, vou te falar oq rolou aqui em casa ta?
A Sarah chorou mas disse que tinha gostado de tudo, que as amiguinhas eram bacanas, a professora tbem, não fez nenhuma queixa de nada.
Nós conversamos muuuuito e depois de falarmos, falarmos, ela me perguntou "porque era importante ela ir para a escola?"
eu expliquei que ela precisar crescer e aprender várias coisas q eu não estou capacitada para ensinar e só tem na escola e que agora ela ia fazer varios amigos tambem e falei da importancia de se ter amigos, etc...
Sabe, foi um dia de cada vez...
As vezes ela chorava, as vezes só me abraçava forte e dizia que sentiu saudades...
Depois com o tempo ela disse que não queria ir para aproveitar o dia e brincar com os irmãos e eu deixei faltar algumas vezes (já no fim do ano ou uma semana antes das férias)
Combinamos que quando começasse o shogakoo ela seria mais responsavel pq já iria ter 7 anos e fechamos. ;-p
É dificil viu amiga, mas o tempo ajuda a resolver (ajudou aqui e espero que ai tbem...)
beijo
Como vc sabe, o Sam vai desde os 5 meses pra ceche... E até hoje ele em alguns dias chora que não quer ir... Ate hoje... Eu acho super normal, não tem dias que a gente não quer mesmo ir trabalhar? Não tem dias que a gente não está com saco de fazer alguma coisa? Acho que funciona igual... Conversa com ela, analise os motivos, veja se aconteceu alguma coisa que realmente incomodou e possa ser um problema... Se não foi isso, explique que ela precisa ir e barganhe sim quando possível... Eu sinceramente acho que essa sua angústia toda de certa forma passa pra ela... Tenta trabalhar a SUA angústia porque mesmo sem vc demonstrar ela certamente sente que vc está malz... Beijos de carinho
ah, thais... foi um alívio ler seu email, viu?
e eu tô com a roselene! acho o fator da língua importante, mas penso que a melissa está numa idade que as experiências novas são benvindas, desejadas, naturais!
no brasil ou no japão, é comum que a criança estranhe um pouco a mudança de rotina e a ida pra escola. pra mel não seria diferente!
talvez ela esteja percebendo a aflição que está sendo PRA VC essa ida à escola, baseada na SUA experiência qdo criança, não na DELA! a dela ela ainda está construindo!
acho que vc podia ressaltar o fato dela estar crescendo e, isso acontecendo, traz obrigações (ir à escola) e benefícios (proponha ir ao cinema só com ela, por ex., já que ela é maior agora!).
mas acho que o principal é VOCÊ se convencer que ir à escola é bom para ela. a minha leitura, daqui do outro lado do mundo, é essa: a maior dificuldade está sendo PRA VC! o que vc acha?
deixe ela faltar, se e qdo vc sentir que rola uma insegurança DELA. não dá pra querer que ela se adapte de uma vez só, sem testar se a casa dela continua por lá...
mas relaaaaxe, ela vai se dar bem! acredite!!!
bjs carinhosos,
ana b.
ai Thá, difícil...
eu com as meninas sempre tenho a filosofia de não forçar a barra. respeitar o tempo. mas sei que facilita elas estarem numa escolinha onde eu tenho toda a liberdade, posso levar mais tarde ou buscar antes do horário se for o caso. imagino que aí seja mais difícil.
concordo com as meninas que boa parte do que ela sente pode ser um reflexo teu. as crianças em geral são muito adaptáveis, rapidinho absorvem as coisas novas de forma positiva. mas acho que um tanto também é da personalidade dela. essa coisa de não querer mudanças, de ter medo do novo. e já que você também sente assim, acho que é um belo momento pra vocês aprenderem juntas. crescerem juntas. você daí, ela de lá. abre teu coração, explica pra ela que você sabe o quanto é difícil a gente viver situações novas, que é normal ela ter medo. que você sente isso também. mas que essas coisas fazem parte da vida. e que na escola ela vai viver uma porção de coisas legais, aprender coisas novas, e o quanto é importante a gente curtir e se divertir na escola, pra depois voltar pra casa cheia de experiências novas pra dividir. enfim, acolha o sentimento dela, divida essa dor com ela. ela é de vocês duas.
será que ajudei um pouco?
beijo, flor.
Thaís, não tem uma escola pra brasileiros aí, não? Ou então vcs poderiam arrumar umas aulas de japonês particular pra ela, acho que ajudaria... mas deixar ela desistir realmente não é a melhor idéia, toda criança precisa ir pra escola, e ela já está na idade, né? Mas realmente, acho que ela precisa de ajuda com o japonês, do contrário a escola não vai servir de nada, né?
Beijos
thais
sou uma leitora eventual, mas chorei com esses posts da melissa. Eu me identifiquei muito.
Minha familia e de origem japonesa e era daquelas bem fechadas, que chamavam brasileiro de gaijin, mesmo vivendo em sao paulo. Entrei na escola meio tarde, comparado com os coleguinhas, nao tinha desenvoltura, era timida demais, falava errado, com um baita sotaque niponico, e era a unica descendente da sala. Eu me sentia MUITO diferente, estava acostumada a conviver com adultos e criancas bem menores (fui primeira filha e neta). Mas com a rotina da escola eu me acostumei. O trauminha que ficou desse periodo foi por conta da atitude dos meus pais, que ridicularizavam meus choros e manhas para todos os parentes. Viviam dizendo que eu era grande para ficar agindo como bebe, que dava mau exemplo para os irmaos, que os coleguinhas iam dizer que japones soh chora e outro monte de baboseiras. Eles eram broncos e nao perceberam que eu estava me sentindo excluida pela familia e queria apoio para encarar um novo ambiente que nao era hostil, absolutamente, mas completamente diferente.
A situacao da melissa eh outra, e eh muito dificil dar conselhos, alem de inapropriado, jah que sou uma desconhecida. Mas acho que as coisas devem ficar claras. Por exemplo, minha mae dizia que eu nao era obrigada a ir a escola, mas quando eu falei que nao queria mais ir ela passou a dizer que eu nao era mais bebe e tinha que ter responsabilidade. Assim, se largar a escola NAO eh uma opcao, de fato, acho que isso deve ficar claro. A cabeca da gente tem espaco para proliferar minhoca, infelizmente.
Desculpe a intromissao. Estou aqui torcendo pela guerreira melissa.
um abraco
tiemi
Tha
Acho que muita gente aqui deu dicas muito boas, sábias mesmo. Mais ainda porque foram vividas, sentidas.
A Tiemi tem razão de dizer que é difícil dar conselhos. No entanto algumas coisas ficam claras:
a) a escola não é exatamente uma opção, é um fato e é necessário,
b)e nem é tão ruim assim no fim das contas,
c) existem contingências que podem ser sanadas por outras vias, como a questão da língua,
d) a gente é ansiosa e passa o que sentimos para a molecada,
e) todos temos o direito de sermos respeitados em nossas características de personalidade e nossos próprios tempos interiores,
f) o ser humano é adaptável e isto é um sinal de inteligência,
g) vocês se amam, a sua é uma família onde ela vai poder sempre contar com o apoio que ela nescessita e você também.
Dito isto, entra a conversa.
Acho que explicar claramente o porquê ir à escola vai ser um bom início. Conversa com ela e com a escola sobre as dificuldades de vocês. Tente uma espécie de task force para diminuir o problema e tornar o ambiente lúdico e interessante. Abra o jogo, pode ser um esforço conjunto. Aprender deve ser prazeroso.
Não pense que você é a única a sofrer isso. Todas as mães dignas deste nome passaram pela mesma ansiedade. Entendemos todas o seu dilema.
Recado da Bea: "Mel, conheça o amiguinhos e a professora que você vai ver que é bem legal! Eu mudei de escola e fiz novos amigos. Você também vai. Beijos. Espero você quando vier no Brasil para a gente brincar"
Flor:
Li o que a ROse falou e estou com ela. Acho que a Melissa entende que vc esta aflita, alem dela tb estar.
Sabe flor, engraçado, pq nunca me pareceu que vc nao gsotasse de mudança. Jurava que vc gostava.
Eu odeio mudar, odeio!bj
Flor:
Li o que a ROse falou e estou com ela. Acho que a Melissa entende que vc esta aflita, alem dela tb estar.
Sabe flor, engraçado, pq nunca me pareceu que vc nao gsotasse de mudança. Jurava que vc gostava.
Eu odeio mudar, odeio!bj
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