3 de out. de 2013

uma década de maternidade

falando assim, parece tanto....
mas tudo foi tão rápido e tão intenso!

há 11 anos, eu não imaginava que eu poderia engravidar.
eu me imaginava veterinária, adulta. na minha cabeça, eu ia começar a ter filhos agora, depois dos 30. e nem iam ser biológicos, porque eu ia adotar. três crianças.

há 10 anos e meio eu me descobri grávida.
lembro do mal estar no metrô. de tomar imosec (pra diarreia) achando que era dramin (pra enjôo). de implorar pra usar o banheiro dos funcionários na estação vila madalena, que não tinha (tem?) banheiro pra passageiros.
engraçado, não lembro se fiz exame de farmácia, nem beta hcg. só lembro do ultrassom. do feijãozinho que ela era.

há pouco menos de 10 anos e meio, eu fui fazer mais um dos 500 ultrassons, acompanhada da minha irmã, pra descobrir que era uma menina. ela encheu o saco que era uma bebê nariguda.

há 10 anos e pouco, eu decidi trancar a matrícula da faculdade e gestar. só.

há 10 anos, eu fui na última consulta médica da gravidez. fiz o último ultrassom. e fui pra casa arrumar (pela quinquagésima vez) a mala da maternidade, porque era hoje que meu bebê ia nascer.

há 10 anos que eu vi os pés mais lindos do mundo, que eu senti meu coração crescer, encher e quase explodir.

foi lá, no dia de hoje, há 10 anos, que eu entendi que meu mundo começava ali, que minha vida tinha mudado, que eu era mãe.
e que incrível foi descobrir que eu tinha gerado uma vida.
as quase 6 horas que eu passei na sala de recuperação, longe de todo mundo, foram as mais longas e as mais curtas da minha vida! ficar sozinha, sem saber da minha bebê, sem meu marido, sem ninguém pra dividir comigo a alegria, as descobertas, as inseguranças, a ansiedade e os medos foi difícil. cada momento que eu me lembrava disso durava uma eternidade. mas o tempo voava enquanto eu pensava no que viria pela frente, no milagre que tinha acabado de acontecer, na imensidão do significado daqueles 30 minutos de cirurgia.

e foi lá, há quase 10 anos, que eu peguei minha bebê no colo pela primeira vez. pequena, tão pequena! tão frágil, tão indefesa, tão, tão perfeita!
nessa hora, sim, que meu coração explodiu e não se aguentou de tanto amor.
foi nessa hora que eu quis fazer tudo e fazer nada.
e eu descobri, nesse momento, que eu não sabia fazer nada.

e entendi que a maternidade é isso: duas pessoas descobrindo um caminho juntas, uma como mãe, uma como filha.

a gente andou juntas por 10 anos nesse caminho e ainda tem tanta coisa pra gente fazer, aprender, descobrir, conversar.....

ah, como eu sou abençoada por ter sido escolhida para ser a mãe dessa criatura!
coração continua aqui, transbordando....

3 comentários:

Maíra disse...

Que lindo isso, Thais!
Lembro de quanto te conheci, a Mel ainda pequenininha!

Que ela tenha um lindo dia hoje e sempre e que seja cada dia mais feliz (o que estou certa que será, ao lado da família linda que ela tem)!

Bjs

Tatiana Saito disse...

Eita mãe coruja!!!

Eu lembro da Mel que era só olhos. E depois eram olhos com muitas dobras. E depois ficou magra e de cabelos cacheados nas pontas. Sempre linda e sapeca!!

Introspectiva. Séria. Olhava com aqueles enormes olhos que dava até medo!

Que linda a Meleca! Saudades dela!!

E eu nem falei q ela ia ser nariguda... Deve ser outra irmã...

Thais disse...

Ai que lindo... chorei litros!
É o maior amor do mundo!
Parabéns a Mel e a mamãe Thais!